Como conviver com pensamentos negativos da Depressão!

Entender de fato como conviver com a depressão pode ser um grande desafio. Não só para a pessoa que tem a doença, mas para quem está próximo dela. 

A depressão é uma doença psicológica que abrange cerca de 5% da população do planeta. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 350 milhões de pessoas no mundo sofrem com sintomas de depressão. 

A “doença do século 21” ainda é de difícil diagnóstico por diversos fatores: é difícil superar o medo, há descaso por parte de familiares e amigos, vergonha, conclusões equivocadas sobre os sintomas de depressão(como sendo apenas “tristeza” ou “preguiça”) e preconceitos da sociedade.

Embora tenhamos evoluído muito tecnologicamente, ainda não conseguimos encontrar um meio eficiente de cuidar da saúde mental ou desmistificar crenças sobre doenças psicológicas. 

Sumário

Afinal, o que é depressão?

Depressão é uma doença psicológica crônica caracterizada pela tristezaprofunda. Ela está associada a sentimentos de dor emocional, amargura, desânimo, falta de autoestima e desesperança. 

Os sintomas de depressão, na verdade, são diversos. Por isso, à primeira vista, podem ser confundidos com os de outros transtornos. Além disso, eles são sorrateiros. A pessoa com depressão geralmente não percebe os sintomas até atingir um estado avançado da doença. Seu comportamento, para ela, é normal. 

Ela não consegue se livrar do abatimento, da tristeza, das dúvidas, das aflições que a doença causa. Por vezes, apenas se dá conta quando alguém próximo menciona a mudança em seu comportamento. 

Entretanto, há casos menos frequentes em que a pessoa percebe a má qualidade de seus pensamentos e atitudes, tal como a constante mudança de humor, por conta própria. 

Quais são os sintomas de depressão?

Diferentemente da tristeza comum, que é passageira e atrelada ao presente, os sintomas causados pelo transtorno são recorrentes e acompanham a pessoa em qualquer situação: no trabalho, na universidade, nas reuniões de família, entre outros. 

Veja abaixo uma lista dos sintomas mais comuns:

1. Generalizações errôneas

A pessoa crê que sabe o que irá acontecer por causa de acontecimentos passados. Desse modo, se afasta de novas experiências. Além disso, ela passa a generalizar a personalidade dos outros. “As pessoas são todas egoístas” ou “as pessoas não valem nada” são pensamentos generalizadores comuns. 

2. Conclusões equivocadas

Conclusões irreais sobre acontecimentos também costumam ser algo corriqueiro em um quadro depressivo. A pessoa passa a ter conclusões precipitadas, complicando situações simples. 

Em vez de confirmar suas especulações por meio do diálogo, a pessoa se afasta e escolhe viver na própria fantasia. Ela inventa os mais diversos cenários como uma forma de consolo ou de punição por seus atos. 

3. Ênfase no negativo

Conviver com a depressão envolve, muitas vezes, ver apenas o lado ruim da vida. Mesmo quando há um final feliz, a pessoa prefere continuar alimentando a negatividade. Ela também opta por ignorar elogios e reconhecimentos. Esse comportamento é prejudicial, pois fortalece pensamentos e emoçõesnegativas.

4. Comparações

Realizar comparações constantes também agrava a situação. A pessoa se sente inferior diante do sucesso alheio. Neste permanente estado de comparação, encontra dificuldades para se concentrar em seus próprios atributos positivos e conquistas.  

man stress out and cover his face by his hands

5. Culpa

O sentimento de constante culpa até mesmo por pequenos atos acompanha a pessoa com depressão. É normal, para ela, se culpar por tudo e utilizar essa culpa como combustível para autodepreciação. 

Muitas vezes esse sentimento é ilógico, pois a pessoa se culpa até por ocasiões além do seu controle.

6. Desânimo

O entusiasmo pela vida se esvai. A pessoa passa a ver a vida apenas como uma obrigação. Ela se afasta dos outros e deixa de fazer o que antes lhe dava prazer e alegria. 

O desânimo rouba a força de vontade e, mesmo que ela deseje fazer algo a respeito disso, não consegue se manter motivado para tal.

Esses são alguns dos sintomas que transformam a vida das pessoas com depressão. Eles trazem, acima de tudo, infelicidade e aborrecimento. 

A persistência com que eles se apresentam amplifica os sentimentos de tristeza, melancolia, desvalorização, inferioridade e inutilidade. Assim, a pessoa entra em um círculo vicioso de autoaversão e é, geralmente, incapaz de deixá-lo sozinha.

Quais são as causas da depressão?

Não é fácil pontuar uma causa específica. Embora a doença possa se desenvolver após experiências traumáticas ou negativas, como bullying, agressão, fim de um relacionamento, crises financeiras, demissões ou brigas familiares, elas também não são regra. 

Se não cuidarmos de nós mesmos, levando um estilo de vida prazeroso e saudável, qualquer um de nós pode desenvolver depressão. Respeitar os limites do nosso corpo e da mente é essencial para garantir mais saúde nos dois sentidos. 

Existe também a possibilidade da depressão surgir por conta da predisposição genética. É cientificamente comprovado que a doença pode passar de pais para filhos. Portanto, é recomendado para pais que já tiveram depressão em algum momento da vida, ficarem de olho no comportamento dos filhos.  

Como conviver com a depressão?

É possível aprender como conviver com a depressão, mas é um processo.

O tratamento comumente baseia-se em acompanhamento psicológico e auxílio de remédios prescritos pelo psiquiatra. 

Enquanto eles vão fazendo efeito na mente e no organismo, a pessoa também precisa fazer um esforço para amenizar o impacto dos sintomas e retomar a sua vida diária.

Por exemplo, lutar contra a vontade de querer ficar apenas dentro de casa, vivenciando a mesma rotina continuamente. Será difícil combatê-la no início, mas é necessário se forçar a deixar a zona de conforto e fazer um passeio ou atividade que ache interessante. 

Obviamente, o indivíduo deve começar devagar, aos poucos, engajando-se em atividades aqui e ali para identificar o que é mais agradável.

Atitudes pequenas, que à primeira vista podem não parecer eficazes no combate à depressão, são, na verdade, poderosos remédios em longo prazo. 

Maneiras simples de combater os sintomas de depressão

Movimentar o corpo

Lembre-se: “mente sã, corpo são”. Atividades físicas e saúde mentalandam juntas. Encontre alguma que goste e se force a fazê-la. Esta pode ser dança, aeróbico na academia, natação entre outros. Qualquer coisa que ajude a movimentar o corpo. 

Desabafe

Você não precisa entender como conviver com a depressão sozinho. Não guarde sentimentos negativos para você! Se não se sentir bem conversando com as pessoas, escreva em um diário ou converse com um profissional. Ele terá uma visão imparcial dos acontecimentos, o que pode deixar você mais à vontade. 

Diversos estudos comprovam que a forma mais eficaz de combate à depressão é a combinação de psicoterapia com a medicação prescrita pelo psiquiatra.

Viva pequenos prazeres

Assista aquele filme que você adora, saia para visitar um ponto turístico local ou compre algo você tanto desejava. Às vezes, precisamos nos presentear com a simplicidade da vida para adicionarmos pitadas de felicidade em nossos dias.

Pratique a gratidão

gratidão tem o poder de mudar a nossa perspectiva. Agradeça por todos os objetos materiais que você possui, por todas as pessoas em sua vida e pelas experiências vivenciadas. Todas elas trazem lições valiosas e acrescentam valores à nossa personalidade, até as mais dolorosas. 

Fique próximo de pessoas queridas 

Cultive laços de amizade positivos. Você não precisa necessariamente conversar abertamente ou participar de eventos ou atividades se ainda não se sentir pronto. Apenas estar próximo de quem gosta é o suficiente. 

Tomar sol

Acredite se quiser, mas sol também é remédio. Ele ajuda na produção dos hormônios que causam a sensação de bem-estar, além de melhorar o humor e ajudar com o sono. Eventualmente tomar alguns minutos de sol por dia é uma ótima dica para quem quer aprender a conviver com a depressão.

Fazer um exercício físico

Mas escolha um que você goste! Pode ser caminhar pelo seu bairro algumas vezes na semana, ir para a academia, fazer uma aula de dança, praticar yoga… Eventualmente, cuidar do corpo é uma forma de cuidar da mente também. Os exercícios também ajudam na produção dos hormônios do bem-estar e são essenciais para desestressar e tratar a ansiedade.

Encontrar um hobby

Quando estamos aprendendo a conviver com a depressão, ficamos muito tempo focadas na nossa própria cabeça e no que estamos pensando e sentindo. Olhar para fora, e se fazer útil ajudando alguém é uma maneira de sair desse ciclo e entender a importância do cuidado nesse processo de cura. Você pode fazer um voluntariado ou se oferecer para ajudar um amigo com alguma coisa que ele precise (como mudar de apartamento ou estudar para aquela prova difícil).

Ajudar outra pessoa

Quando estamos aprendendo a conviver com depressão, ficamos muito tempo focadas na nossa própria cabeça e no que estamos pensando e sentindo. Olhar para fora, e se fazer útil ajudando alguém é uma maneira de sair desse ciclo e entender a importância do cuidado nesse processo de cura. Você pode fazer um voluntariado ou se oferecer para ajudar um amigo com alguma coisa que ele precise (como mudar de apartamento ou estudar para aquela prova difícil).

Comer bem

Alimentação não é bom só para a pele ficar bonita. Ela tem um papel essencial no funcionamento do seu corpo como um todo. Tentar comer direitinho, coisas que você gosta e que fazem bem para o seu corpo, ajudam com a disposição, o sono e a concentração. Vale consultar um nutricionista para saber o melhor caminho para você.

Não ver o psiquiatra como inimigo

Essa é difícil, a gente sabe. Muitas pessoas que convivem com depressão (eu inclusa) tem resistência em ir a um psiquiatra e tomar medicamentos para se tratar. Mas o psiquiatra é seu amigo, ele quer ajudar você a ficar bem; e o medicamento é uma ferramenta que vai ajudar nesse processo. Não tenha medo de conversar com profissionais sobre o que você sente e pensa.

Fale (alguém vai ouvir)

Por mais que exista todo um estigma sobre as pessoas não falarem de depressão, não guarde para você o que você sente. Converse com as pessoas próximas, desabafe, busque um ponto de apoio. Com certeza, alguém vai te ouvir e estender uma mão quando você precisar. Não acredite que ninguém se importa com você e ninguém quer saber dos seus problemas, isso é mentira. Fazer isso é um grande passo para saber como conviver com a depressão.

Veja filmes ~good vibes~

Procure por filmes e livros que vão te inspirar e te passar sensações de bem-estar. Existem alguns incríveis para os momentos que você se sentir sem rumo, e outros tantos que vão deixar o seu coração quentinho. Mas o mais importante é você usar das coisas que gosta, como o cinema, a literatura e a música, para se sentir bem, e isso só acontece você consome conteúdos que te dão essa sensação.

Trabalhar os pensamentos positivos

Parece clichê, mas quem já passou por uma depressão sabe o quanto os pensamentos negativos dominam a mente. Uma dica para lidar com a doença no dia a dia é trocar os pensamentos ruins por pensamentos bons. No começo, esse é um verdadeiro exercício, mas pode se tornar um hábito de autoaceitação incrível.

Criar uma rotina

A pessoa depressiva não tem vontade de fazer nada. Uma coisa que me ajudou muito a lidar com essa questão foi estabelecer horários para fazer algumas tarefas. Por exemplo, sempre marcar um almoço no mesmo dia da semana e ter uma reunião no trabalho sempre na mesma hora. Ou ainda levantar da cama todos os dias no mesmo horário (e ir dormir também). Por mais que, às vezes, fosse difícil levantar da cama na hora ou me dispor a sair de casa para o tal almoço, essa rotina me ajudou a manter um pouco de controle na minha vida.

Aprender a perdoar e ser perdoado

Terão dias que você não vai sair da cama. Terão outros que você vai explodir com alguém que ama porque não se sente bem. E terão outros ainda que as pessoas a sua volta não estarão no clima de ouvir o que você tem a dizer. Perdoar (a si mesmo e aos outros) é um exercício importante para quem convive com a depressão (e quem não convive também). Nem tudo serão flores, mas está tudo bem.

Tenha um diário

Use o papel e a caneta para tirar da cabeça algumas coisas que estão te afligindo. Ou ainda para anotar todos os dias algumas coisas pelas quais você é grata, que você conseguiu fazer. Ter um diário é muito terapêutico e ajuda a colocar coisas que você pensa e sente em perspectiva (tudo parece menor quando está no papel).

Organize a sua bagunça

Tente criar o hábito de arrumar a sua escrivaninha e o seu armário de tempos em tempos. Coloque os seus livros em prateleiras, arrume as suas roupas por cores… Organize o que você puder para deixar o seu ambiente mais agradável para você (a bagunça causa ansiedade, sabia?).

Busque boas influencias

Use as redes sociais para seguir pessoas que são inspiradoras para você. Corte as relações tóxicas e se cerque com as pessoas que te incentivam e motivam.

Fique um pouco longe das redes sociais

Falando em redes, dê um tempo do Facebook e do Instagram de vez em quando. Já é comprovado que eles geram ansiedade e colaboram para uma vibe de comparação com as outras pessoas. Desconecte-se um pouquinho, vai fazer bem!

Crie pequenas metas

Escovar os dentes. Fazer a cama. Tomar café da manhã. Responder a mensagem daquela sua amiga. Crie pequenas metas que você pode cumprir durante o dia para motivar você. Vale anotar o que você conseguiu fazer no seu diário, para registrar as suas pequenas vitórias.

Treine o não se cobrar tanto

Nenhuma das dicas que a gente colocou aqui devem ser vistas como uma obrigação. Se isso acontecer, elas viram um esforço e não uma ajuda. Por isso, não se cobre tanto. Um passo de cada vez. Tudo o que falamos aqui são formas de você reaprender a olhar para os seus dias com mais carinho. E, assim, fazer uma caminhada mais tranquila em direção a um ponto de equilíbrio. Tente não se cobrar e olhar para cada coisa como uma ferramenta no processo de cura.

Conviver com a depressão pode ser complicado. O exercício é olhar para cada situação como algo completamente novo e inesperado e celebrar as pequenas vitórias que você conquista todos os dias. 


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