Síndrome de Borderline: conheça os sintomas e tratamentos deste transtorno!

Síndrome de Borderline ou transtorno de personalidade borderline é um transtorno mental grave caracterizado por um padrão de instabilidade contínua no humor, no comportamento, auto-imagem e funcionamento.

Os sintomas mais comuns  da síndrome de borderline englobam instabilidade emocional, sensação de inutilidade, insegurança, impulsividade e relações sociais prejudicadas.

Essas experiências geralmente resultam em ações impulsivas e relacionamentos instáveis. Uma pessoa com Síndrome de Borderline pode experimentar episódios intensos de raiva, depressão e ansiedade que podem durar de apenas algumas horas a dias.

Algumas indivíduos com Transtorno de Personalidade Borderline também apresentam altas taxas de ocorrência em conjunto de outros transtornos mentais, como distúrbios do humor, transtornos de ansiedade e distúrbios alimentares, além de abuso de substâncias, automutilação, além de pensamentos e comportamentos suicidas. Indivíduos com Síndrome de Borderline podem alternar momentos em que estão estáveis com surtos psicóticos, manifestando comportamentos descontrolados.

A Síndrome de Borderline também pode ser chamada de Transtorno de Personalidade Limítrofe.

Sinais e sintomas da Síndrome de Borderline

Pessoas Borderline podem sofrer mudanças extremas de humor e podem demonstrar incertezas sobre quem são. Como resultado, seus interesses e valores podem mudar rapidamente.

Os principais sinais incluem:

  • Esforços frenéticos para evitar o abandono real ou imaginário. O medo do abandono provoca uma necessidade elevada de nunca se sentirem sozinhas, rejeitadas ou sem apoio. 
  • Um padrão de relações intensas e instáveis ​​com familiaresamigos e entes queridos, muitas vezes passando de extrema proximidade e amor (idealização) a extrema fúria ou ódio (desvalorização). Impulsividade: idealizam pessoas, se apaixonam e desapaixonam de modo fulminante. Rapidamente desenvolvem admiração e desencanto por alguém.
  • Auto-imagem distorcida e instabilidade em relação a si mesmo. Baixa autoestima.
  • Comportamentos impulsivos e muitas vezes perigosos, como gastar compulsivamente, praticar sexo sem proteção, abusar de álcool e drogas, conduzir de forma imprudente e compulsão.
  • Comportamentos suicidas recorrentes ou ameaças ou comportamentos autodestrutivos, como a automutilação. Muitos se machucam, queimam, furam, cutucam por vontade de sentir dor. Não é incomum ouvir relatos como “a dor no corpo é melhor que a dor na alma”.
  • Humor intenso e altamente variável, com cada episódio durando de algumas horas a alguns dias.
  • Sentimentos recorrentes de vazio e solidão. Possuem alta sensibilidade à rejeição. Pequenas rejeições provocam grandes tempestades emocionais. Uma viagem de negócios do parceiro pode desencadear reação completamente desproporcional como acusações de rejeição, de abandono e de egoísmo.
  • Fúria, ódio ou raiva intensa ou problemas/dificuldades para controlar a raiva
  • Presença de pensamentos paranoicos relacionados ao estresse
  • Mais raramente podem apresentar episódios psicóticos

Sinais em situações cotidianas

Eventos aparentemente comuns podem desencadear sintomas. Por exemplo, as pessoas com Síndrome de Borderline podem sentir-se irritadas e angustiadas por pequenas separações – como férias, viagens de negócios ou mudanças bruscas de planos – de pessoas a quem se sentem próximas. Estudos mostram que as pessoas com este transtorno podem ver raiva em um rosto emocionalmente neutro e têm uma reação mais forte às palavras com significados negativos do que as pessoas que não possuem o transtorno.

Os portadores desse transtorno têm medo que as as emoções fujam do seu controle, demonstrando tendência para se tornarem irracionais em situações de maior estresse e criando uma grande dependência dos outros para conseguirem manterem-se estáveis.

Alguns desses sinais podem ser experimentados por pessoas com outros distúrbios e mesmo por pessoas sem nenhum transtorno mental. Isto não significa que eles podem ter a Síndrome de Borderline. É importante que um psicólogo ou psiquiatra realize uma avaliação completa para determinar diagnosticar um quadro de Transtorno de Personalidade Borderline. Somente um psicólogo ou psiquiatra devidamente habilitado deve orientar as opções corretas de tratamento.

Testes e Diagnóstico

Infelizmente, a Síndrome de Borderline é muitas vezes sub-diagnosticada ou mal diagnosticada. Um psiquiatra ou psicólogo pode diagnosticar o transtorno com base em uma entrevista completa e um exame médico abrangente. A análise clínica pode ajudar a descartar outras possíveis doenças e transtornos.

O profissional de saúde mental licenciado pode perguntar sobre sintomas e histórico médico  pessoais e familiares, incluindo qualquer histórico de doenças mentais. Esta informação pode ajudar o profissional a decidir sobre o melhor tratamento. É importante fazer exames fisiológicos, como hemograma e sorologia, para a exclusão de outras doenças, pois as suas características são semelhantes a outras doenças, como depressão ou esquizofrenia, por exemplo.

Fatores de risco

As causas da Síndrome de Borderline ainda não estão claras. O transtorno de personalidade limítrofe​ pode ocorrer devido a predisposição genética. No entanto, experiências emocionais fortes enquanto criança, como enfrentar uma doença ou morte, abuso psicológico, sexual, negligência, terror psicológico, físico, separação dos pais, orfandade podem levar ao desenvolvimento desta síndrome. Algumas pesquisas sugerem que fatores genéticos, neurológicos, ambientais e sociais podem estar envolvidos no desenvolvimento dos sinais do transtorno.

Genética

A Síndrome de Borderline é cerca de cinco vezes mais provável de ocorrer se uma pessoa tiver um familiar próximo (parentes biológicos de primeiro grau) com o transtorno.

Fatores ambientais e sociais

Muitas pessoas Borderline relatam experiências traumáticas, tais como abuso ou abandono durante a infância. Outros relatam ter sido expostos a relacionamentos instáveis ​​e conflitos hostis. No entanto, algumas pessoas não apresentam nenhuma história de trauma. E, muitas pessoas com histórico de eventos traumáticos da vida não têm o transtorno.

Fatores do cérebro

Estudos mostram que as pessoas com Síndrome de Borderline têm mudanças estruturais e funcionais no cérebro, especialmente nas áreas que controlam impulsos e regulação emocional. No entanto, algumas pessoas com alterações semelhantes no cérebro não têm sinais do transtorno. Mais pesquisas são necessárias para entender a relação entre estrutura cerebral e função e o Transtorno de Personalidade Borderline.

As pesquisas têm mantido o foco no exame de fatores de risco biológicos e ambientais, com atenção especial sobre se os sintomas iniciais podem surgir em uma idade mais jovem do que se pensava anteriormente. Os cientistas também estão estudando maneiras de identificar a doença mais cedo em adolescentes.

Tratamentos e Terapias

A Síndrome de Borderline historicamente foi vista como difícil de tratar. No entanto, com um tratamento mais moderno e adequado, indivíduos diagnosticados têm apresentado uma qualidade de vida melhorada. Muitos fatores afetam o tempo necessário para que os sintomas melhorem, uma vez que o tratamento comece. Por isso é importante que as pessoas com o transtorno e seus entes queridos sejam pacientes e recebam suporte apropriado durante o tratamento. Pessoas com Síndrome de Borderline podem se recuperar.

Se você acha que tem o Transtorno de Personalidade Borderline, é importante procurar tratamento

O tratamento do Síndrome de Borderline é realizado com o uso de medicamentos antidepressivos, estabilizadores de humor e calmantes indicados pelo médico psiquiatra.

Além do tratamento com remédios, é necessário manter acompanhamento psicológico para realizar psicoterapia e ajudar o indivíduo a controlar suas emoções negativas, como saber enfrentar momentos de maior estresse.

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