O diagnóstico de TEA é realizado através de testes clínicos, conversa com os pais e observação do comportamento da criança. Entenda melhor, neste artigo.
O DSM-V — Manual de Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais — estabelece alguns critérios para o diagnóstico de autismo. Segundo o manual, é preciso haver déficits persistentes na comunicação e interação social, comportamentos repetitivos e restritos para o diagnóstico de TEA.
Como o espectro é um transtorno complexo, com diferentes graus e níveis de severidade, é importante que o diagnóstico seja realizado com cautela e por profissionais especializados. Quando os pais perceberem sinais que possam indicar uma possibilidade de autismo, a recomendação é procurar ajuda.
Diagnóstico de TEA
O diagnóstico precoce do autismo faz toda a diferença no tratamento, já que assim as intervenções também serão realizadas precocemente. Diante os sinais e sintomas de TEA os pais devem buscar ajuda de um profissional capacitado para realizar o diagnóstico.
A avaliação da criança é feita através de observações clínicas e conversas com os pais, onde podem ser utilizados alguns testes para rastrear o autismo. É importante frisar que esses testes não fecham o diagnóstico, mas apontam atrasos ou dificuldades no desenvolvimento que exigem uma investigação.
As perguntas presentes nestes testes, direcionadas aos pais, avaliam habilidades e comportamentos da criança, como fala, linguagem, atenção, comunicação não verbal, comportamentos, sensibilidades e interação social.
O diagnóstico de TEA também envolve a exclusão de outros diagnósticos, como déficits de audição, TDAH e outras condições.
Sinais de autismo
Os primeiros a perceberem sinais de autismo na criança são os pais. Por isso, é importante que conheçam quais são os principais sintomas de TEA para que possam detectá-los precocemente.
No primeiro ano de vida, os principais sinais são: pouco contato visual; não balbucia nem responde quando chamam pelo seu nome; pouco interesse em compartilhar objetos e interagir; dificuldades de sono e hipersensibilidade a estímulos sensoriais (luz, toque, ruído, etc.).
Entre o primeiro e o segundo ano de vida, os pais podem notar alguma preferência e seletividade por alimentos, objetos, jogos, cores e texturas. Se houver atrasos na fala, no andar ou engatinhar, também é preciso ficar atento, principalmente quando mais de um desses sinais ocorrem simultaneamente.
O diagnóstico de TEA pode ser feito a partir dos dois anos, mas muitas crianças recebem o diagnóstico tardiamente, quando entram na escola. Nesse caso, o olhar do professor contribui para a identificação dos sinais de autismo.
Critérios para o diagnóstico de TEA
Segundo o DSM-V, o diagnóstico de TEA deve ser realizado de acordo com alguns critérios:
- déficits na reciprocidade sócio emocional e na comunicação não-verbal;
- dificuldades no contato visual e na linguagem corporal;
- déficits nas interações sociais;
- comportamentos estereotipados/repetitivos;
- aderência inflexível a rotinas, padrões ou comportamentos ritualizados;
- interesses restritos e fixos;
- hiper ou hipo sensibilidade a estímulos sensoriais, entre outros.
Para o diagnóstico de TEA esses sintomas devem estar presentes desde o primeiro ano, ainda que se manifestem com mais intensidade à medida que aumentam as demandas sociais. Além disso, esses sintomas devem prejudicar o funcionamento social, a aprendizagem e o autocuidado para que sejam critérios de diagnóstico de autismo.
É importante descartar outras condições, como deficiência intelectual ou outros transtornos, como critério de diagnóstico de TEA. Desde 2013, com as mudanças no DSM-V, autismo, síndrome de Asperger e transtorno invasivo do desenvolvimento não especificado estão no espectro do TEA.
Um segundo momento do diagnóstico do autismo, é entender a gravidade dos sintomas, que será avaliada de acordo com o nível das dificuldades e déficits de comunicação e comportamento.
Desafios do diagnóstico de TEA
O processo de avaliação e diagnóstico de TEA é complexo e não é fácil para os pais, que ficam ansiosos por uma resposta. No entanto, é importante entender que o diagnóstico precoce melhora as perspectivas de tratamento, já que as intervenções também serão precoces.
Quando as crianças com autismo recebem intervenções precocemente, mais possibilidades elas têm de desenvolver habilidades cognitivas e sociais. No entanto, em muitos casos o diagnóstico é tardio, já que algumas crianças recebem outros diagnósticos erroneamente, como TDAH ou problemas no processamento sensorial.
Quando isso acontece, o diagnóstico de TEA só ocorre quando as demandas sociais e de aprendizagem aumentam. Dessa forma, é importante que os pais conheçam os sinais de autismo para que possam detectá-los precocemente em seus filhos e buscar uma avaliação.
Ainda que algumas crianças com autismo tenham TDAH — Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade — a avaliação deve ser precisa. Isso porque um erro de diagnóstico causa atrasos no tratamento do TEA, o que pode impactar no desenvolvimento das crianças.
O diagnóstico de TEA precoce é o melhor caminho para um plano de tratamento com as intervenções adequadas para cada criança, de acordo com suas características e necessidades.