Quem nunca se deparou com uma criança que discute por qualquer coisa, que não assume seus erros ou responsabilidades por falhas e que costuma sempre ficar brava com seus colegas ou de sua família de maneira a demonstrar que a cada situação será sempre difícil convencê-lo, mesmo que a lógica mostre que suas opções estão evidentemente equivocadas?
Entenda o que é o Transtorno Opositivo-Desafiador (TOD)
Se você conhece uma criança assim, provavelmente ela tem Transtorno Opositivo-Desafiador.
Tal quadro leva a dificuldades de tempo e de avaliação para analisar regras e opiniões alheias e intolerância às frustrações, levando a reações agressivas, intempestivas, sem qualquer diplomacia ou controle emocional. Essas crianças costumam ser discriminadas, perdem oportunidades e desfazem círculos de amizades. Não raro, sofrem bullying e são retiradas de eventos sociais e de programações da escola por causa de seu comportamento difícil.
Os pais evitam sair ou passear com elas e muitas vezes as deixam com parentes ou em casa. Entre os irmãos, são preteridos, mal falados e considerados como “ovelhas negras” tratados, assim, diferentes e mais criticados pelos pais.
As características do TOD podem aparecer em qualquer momento da vida, mas é mais comum entre os 6 e 12 anos
A associação com TDAH é frequente (50% dos casos), deve ser observada e investigada em todas estas crianças para que sejam tomadas as medidas necessárias, a fim de prevenir problemas de aprendizagem e baixo rendimento escolar.
O ambiente doméstico costuma ser conturbado, com pais divergentes quanto ao modo de educar e conduzir a criança e de como estabelecer parâmetros. Mas, evidências mostram que existem fatores genéticos e neurofisiológicos predispondo o seu desenvolvimento.
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), publicado pela American Psychiatric Association, lista os critérios para o diagnóstico de TDO. Os critérios do DSM-5 incluem questões emocionais e comportamentais que duram pelo menos seis meses.
Humor zangado e irritável:
- Frequentemente e facilmente perde a paciência
- É frequentemente sensível e facilmente incomodado pelos outros
- Muitas vezes fica com raiva e ressentido
Comportamento argumentativo e desafiador:
- Discute com adultos ou pessoas em posição de autoridade
- Desafia ativamente ou se recusa a obedecer às solicitações ou regras dos adultos
- Irrita ou perturba deliberadamente as pessoas
- Culpa os outros por seus erros ou mau comportamento
Vingança:
- Muitas vezes é rancoroso ou vingativo
- Demonstrou comportamento rancoroso ou vingativo pelo menos duas vezes nos últimos seis meses
TOD pode variar em gravidade:
- Suave. As características ocorrem apenas em um ambiente, como apenas em casa, escola, trabalho ou com colegas.
- Moderado. Algumas características ocorrem em pelo menos duas configurações.
- Forte. Algumas características ocorrem em três ou mais configurações.
Para algumas crianças, as características podem ser vistas inicialmente apenas em casa, mas com o tempo estendem-se a outros ambientes, como escola e amigos.
Tratamento
O tratamento do TOD é multidisciplinar e depende de três eixos: medicação, psicoterapia comportamental e suporte escolar.
A medicação auxilia em boa parte dos pacientes e melhora a auto regulação de humor frente às frustrações; a psicoterapia deve centrar em mudanças comportamentais na família com medidas de manejo educacional (dar bons exemplos, dialogar com a criança, ter paciência ao falar, explicar o motivo das ordens dadas, etc.); e, em relação ao suporte escolar, deve-se oferecer apoio, reforço e abertura para um bom diálogo, pois esta abertura melhora o engajamento do aluno opositor às regras escolares e a se distanciar de maus elementos.
Principais erros ao lidar com uma criança com diagnóstico de TOD
Se a criança tem um padrão frequente e persistente de raiva ou irritabilidade em relação a você e outras figuras de autoridade, ela pode ter Transtorno Opositivo Desafiador (TOD).
Sabemos que mesmo as crianças com um bom comportamento podem apresentar reações desafiadoras às vezes.
Ainda assim, após o diagnóstico, existem erros que podem ser cometidos pelos pais, cuidadores e profissionais da educação que lidam diretamente com a criança. Continue lendo para saber quais são esses cinco erros e como evitá-los!
O que é TOD?
Crianças fazem birra às vezes, mas crianças com transtorno opositivo desafiador mostram comportamentos mais agressivos do que seus colegas da mesma idade.
Uma maneira de distinguir uma birra típica e a presença do TOD é a gravidade do comportamento opositivo e sua duração.
Para serem diagnosticados com TOD, as crianças precisam ter problemas de comportamento extremos há pelo menos seis meses.
Quais são os sintomas do TOD?
Às vezes é difícil reconhecer a diferença entre uma criança com “personalidade forte” ou sensível e uma com transtorno opositivo desafiador, já que é normal exibir um comportamento de oposição em certos estágios do desenvolvimento.
Os sinais de TOD geralmente começam durante os anos pré-escolares. Às vezes, o TOD pode se desenvolver mais tarde, mas quase sempre antes dos primeiros anos da adolescência.
Esses comportamentos causam prejuízos significativos na família, nas atividades sociais, na escola e no trabalho.
Alguns dos sintomas mais comuns na criança com TOD são:
- Estar incomumente zangado e irritado;
- Pavio curto, ou seja, perde a paciência com facilidade;
- Irrita-se facilmente;
- Discussões constantes com figuras de autoridade;
- Recusa a seguir as regras;
- Comportamento vingativo.
Outra característica muito comum do TOD, são os prejuízos causados nos relacionamentos familiares.
Frustrações diárias regulares – comandos ignorados, discussões – se acumulam com o tempo, e esses comportamentos negativos desgastam o vínculo entre pais e filhos e reforçam padrões agressivos de comportamento.
05 principais erros ao reconhecer o TOD em uma criança
Após o diagnóstico, é necessário uma atenção especial a esses cinco fatores que podem prejudicar o processo terapêutico de diminuição dos sintomas:
Participação passiva da escola
A escola é um local onde a criança cumpre regras, tarefas e rotinas e está sob a responsabilidade de autoridades que não são partes de sua família.
Por isso, é necessário que a escola adote uma postura ativa quando se depararem com uma crise de uma criança com TOD.
Desta forma, é importante que o ambiente escolar esteja preparado para lidar com comportamentos opositivos desafiadores, evitando atender aos pedidos da criança durante uma crise de raiva e tratando a situação com serenidade e racionalidade.
Deixar de investigar comorbidades
Após o diagnóstico de TOD, é necessário fazer uma investigação sobre a presença das outras três comorbidades mais comuns associadas ao transtorno, sendo elas: Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno de Humor Bipolar (THB).
Ignorar a possível presença destes transtornos em conjunto com o TOD pode atrasar o processo terapêutico da criança em tratamento.
Acreditar que a medicação sozinha resolve tudo.
O tratamento do TOD é um tratamento multidisciplinar orientado por pediatras e psiquiatras.
A medicação tem apenas a função de diminuir as crises de raiva e fazer com que a criança tenha mais flexibilidade para lidar com as frustrações de seu dia a dia, mas apenas tem efeito quando aliada a outros tipos de terapia, como a Terapia Cognitiva Comportamental.
Falta de harmonia familiar
Após o diagnóstico, é importante que haja harmonia dentro do ambiente familiar, ou seja, é esperado que toda família mantenham uma postura firme em relação à criança e não tirem a autoridade dos pais e cuidadores envolvidos em seu desenvolvimento.
Não entender que você está à frente de uma criança com um transtorno.
Por último, é necessário entender que a criança não é ruim, com más intenções.
Ela apenas não sabe lidar com o “não”, regras e contrariedades.
Assim como existem crianças que já nascem prontas para lidar com frustrações, também existem crianças que nascem com dificuldades de entenderem regras e rotinas e precisam de apoio e suporte de seus pais e cuidadores.
Qual a prevenção e tratamento para o TOD?
Não há maneira garantida de prevenir o transtorno opositivo desafiador.
No entanto, um bom relacionamento familiar e um tratamento precoce podem ajudar a melhorar o comportamento e evitar que a situação piore.
O tratamento pode ajudar a restaurar a auto-estima da criança e a reconstruir um relacionamento positivo entre vocês.
Você que é mãe, pai, profissional da saúde ou educação e quer aprender mais sobre como lidar com a criança com TOD?
Todas as crianças apresentam comportamentos desafiadores de vez em quando, principalmente quando estão cansadas, com fome, estressadas ou chateadas. No entanto, é preciso investigar quando esses comportamentos se tornam duradouros, pois podem ser sintomas de TOD.
O comportamento de oposição faz parte do desenvolvimento infantil, principalmente entre os dois e três anos e no início da adolescência. Esses comportamentos se tornam uma preocupação quando são frequentes e afetam a vida social, familiar e acadêmica da criança.
Ser pai de uma criança com Transtorno Opositivo Desafiador pode ser muito exaustivo e frustrante. Por isso, é preciso conhecer estratégias para lidar com TOD em crianças, principalmente as que estão entrando na adolescência, pois os comportamentos desafiadores podem se agravar.
Transtorno Opositivo Desafiador em crianças
As crianças com Transtorno Opositivo Desafiador (TOD), apresentam um padrão contínuo de comportamento não cooperativo, desafiador e hostil em relação a figuras de autoridade, que interferem no funcionamento do dia a dia.
Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais — DSM-V — o Transtorno Opositivo Desafiador é definido como um padrão recorrente de raiva / humor irritável, comportamento argumentativo / desafiador ou vingança com duração de pelo menos 6 meses.
As crianças com TOD correm o risco de desenvolver outros problemas de saúde mental, como transtorno de humor, ansiedade, Transtorno de Conduta (DC), Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, depressão, entre outros.
Sintomas de TOD
Os sintomas de TOD são distintos do comportamento esperado para a idade das crianças.
Por exemplo, em crianças menores de 5 anos, o comportamento desafiador deve ocorrer na maioria dos dias; em crianças de 5 anos ou mais, esse tipo de comportamento deve ocorrer pelo menos uma vez por semana.
Os sintomas de TOD costumam estar presentes em casa, na escola ou em outros ambientes e podem incluir:
- acessos de raiva frequentes;
- discussão excessiva com adultos;
- recusa em cumprir os pedidos e regras de adultos;
- tentativas de irritar ou perturbar as pessoas;
- culpar os outros por seus erros ou mau comportamento;
- ser melindroso ou se irritar com os outros;
- raiva frequente e ressentimento;
- comportamento de vingança.
Causas de TOD
As causas do Transtorno Opositivo Desafiador não são claras, mas existem fatores de risco que podem contribuir, como histórico de transtornos mentais na família, tabagismo materno durante a gravidez, toxinas ambientais, como o chumbo e comportamento dos pais como técnicas duras, coercitivas, inconsistentes, negligentes ou abusivas.
A pesquisa também mostra que o comportamento de uma criança agressiva está relacionado com práticas parentais agressivas, como punição corporal.
Diagnóstico de TOD
Normalmente, o TOD não é diagnosticado em crianças menores de 3 anos porque é comum que nessa idade elas apresentem acessos de raiva, um dos critérios diagnósticos do transtorno.
Após os 3 anos, as crianças são mais capazes de expressar verbalmente as frustrações e de se comportar de maneiras mais socialmente aceitáveis. Portanto, o diagnóstico de TOD é mais seguro quando as crianças estão no final da educação infantil em diante.
Uma criança que apresenta sintomas de TOD deve passar por uma avaliação abrangente e descartar outros distúrbios.
Tratamento do TOD
Os tratamentos são determinados com base em muitos fatores que incluem a idade da criança e a gravidade dos sintomas. Um plano de tratamento deve considerar as características e necessidades de cada criança.
Como lidar com TOD em crianças de 10 anos
Ser pai de uma criança com Transtorno Desafiador de Oposição é desafiador e, muitas vezes, exaustivo, principalmente quando elas estão entrando na adolescência e os comportamentos desafiadores se agravam.
Preparamos algumas dicas para lidar com TOD em crianças de 10 anos ou mais, confira!
- Seja um bom modelo, reduzindo as interações coercitivas entre pais e filhos. Quando estiver dominado por emoções como raiva ou frustração, faça uma pausa. Não contribua para o conflito e dê exemplo de como lidar com ele de maneira adequada.
- Encontre maneiras de elogiar seu filho e recompensar o comportamento pró-social e não desafiador.
- Estabeleça limites razoáveis e adequados à idade. Aplique consequências que podem ser imediatas e consistentemente aplicadas, como um intervalo, perda de privilégios, etc.
- Escolha suas batalhas com sabedoria. Evite lutas de poder priorizando aquelas mais importantes para o aprendizado da criança.
- Gerencie seu estresse e crie uma rede de apoio para você. É difícil ser pai de uma criança com TOD. Converse com outros pais, professores e profissionais para trabalharem em equipe com seu filho e se apoiarem mutuamente.
Além disso, é importante buscar tratamento com psicoterapia. Quando o TOD ocorre com outros transtornos, como o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, pode ser necessária medicação. No entanto, isso só deve ser feito após o estabelecimento de outros tratamentos e avaliação médica.
O tratamento precoce é recomendado para aumentar a eficácia do tratamento e os resultados a longo prazo.
O Transtorno Opositivo Desafiador — TOD — e o Transtorno de Conduta são classificados como Transtornos de Comportamento Disruptivo, cujas características são comportamentos desafiantes e desobedientes. Entenda a diferença entre eles, neste artigo.
Todas as crianças apresentam comportamentos desafiadores de vez em quando, especialmente com seus pais e familiares. No entanto, se esse comportamento se tornar repetitivo ou durar mais de seis meses, é preciso buscar ajuda profissional para avaliar o quadro.
O transtorno de conduta e o TOD são dois tipos diferentes de transtornos, ainda que com características em comum. Vale lembrar que ainda que existam muitas semelhanças entre os dois, são condições distintas.
Transtorno Opositivo Desafiador
O DSM-V classifica o TOD como uma condição que envolve padrões comportamentais desafiadores, agitação, agressividade, desde que perdurem por pelo menos seis meses.
Além disso, para o diagnóstico de TOD, a criança deve apresentar pelo menos quatro dos oito sintomas listados nos critérios diagnósticos do DSM-V.
Sinais e sintomas de TOD
Geralmente, os sintomas surgem antes dos oito anos. Embora as causas exatas do transtorno sejam desconhecidas, vários fatores podem influenciar, como predisposição genética, falta de estrutura em casa e danos cerebrais.
Os sinais e sintomas do TOD incluem:
- perder a paciência com frequência;
- agitação constante;
- expressar raiva e ressentimento;
- argumentar com qualquer pessoa com autoridade (adultos, professores, estranhos);
- desafiar regras;
- desobediência;
- comportamentos perturbadores; irritabilidade; agressividade;
- colocar a culpa dos seus erros nos outros;
- discutir com adultos frequentemente;
- incomodar os outros deliberadamente;
- ser cruel e vingativo.
Os sintomas do TOD costumam se manifestar na infância, mas podem aparecer na adolescência.
Diagnóstico de TOD
Para realizar o diagnóstico de TOD é preciso buscar a ajuda de um profissional de saúde para uma avaliação da saúde mental, física e emocional; da frequência dos comportamentos desafiadores e da interação social da criança.
Mesmo que a criança manifestar quatro dos oito sinais e sintomas descritos DSM-V, há critérios adicionais para fechar o diagnóstico de TOD, como:
- Crianças menores de cinco anos devem apresentar sinais e sintomas na maioria dos dias da semana durante seis meses.
- Crianças de cinco anos ou mais devem apresentar sintomas pelo menos uma vez por semana durante seis meses.
- O comportamento da criança deve ter um impacto negativo em sua própria vida ou nas interações sociais com a família, amigos, conhecidos e professores.
- Comportamentos desafiadores não atenderem aos critérios para outras condições de saúde mental.
Em alguns casos, o TOD pode desencadear um transtorno de conduta, um quadro mais grave, com a presença de comportamentos como: violação da lei; destruição de propriedade e até crueldade com animais e pessoas.
Uma criança com diagnóstico de TOD que recebe a atenção e o tratamento adequado possivelmente não irá desenvolver o transtorno de conduta.
Transtorno de conduta
O transtorno de conduta é definido como um padrão contínuo de agressividade com o outro e um comportamento intencional de quebra de regras. O DSM-V caracteriza um transtorno de conduta como uma condição em que uma criança viola intencionalmente as regras e os direitos de outras pessoas.
Sinais e sintomas do transtorno de conduta
A idade de início de um transtorno de conduta é por volta dos 11 anos, mas pode se desenvolver mais tarde, na adolescência. Os sintomas envolvem agressividade, violação de propriedade, roubos e mentiras, entre outros, como:
- comportamentos agressivos, incluindo bullying ou táticas de intimidação;
- brigas;
- violência e crueldade com pessoas e animais.
Diagnóstico do transtorno de conduta
De acordo com o DSM-V, existem vários critérios adicionais para o diagnóstico de transtorno de conduta. Uma criança ou adolescente deve atender a pelo menos três dos 15 critérios em um período de um ano e ter um desses presente nos últimos seis meses para um diagnóstico preciso.
A gravidade de um transtorno de conduta varia de leve a grave. Os pais ou responsáveis pela criança devem observar suas emoções nos últimos meses; se demonstra sentir culpa pelo mau comportamento ou ações; se expressa empatia ou se fica chateada com seu mau desempenho na escola.
Diferenças e semelhanças entre TOD e transtorno de conduta
Existem semelhanças entre TOD e transtorno de conduta, que podem confundir pais e especialistas. A gravidade de cada transtorno varia muito, mas os sintomas podem ser semelhantes, como:
- as crianças podem ser desafiadoras e não obedecer às regras;
- ambos podem ocorrer com outras condições, como TDAH, transtornos de humor, ansiedade ou depressão;
- ambos podem ser tratadas por profissionais especialistas;
- ambos são provavelmente causadas por uma mistura de fatores genéticos, ambientais e psicológicos.
As principais diferenças entre o TOD e o transtorno de conduta têm a ver com o controle. O comportamento de uma criança diagnosticada com TOD diz de um incômodo com o se sentir controlado pelo outro, seja pela sociedade, pais ou professores.
A diferença é que ainda que esse sentimento esteja presente no transtorno de conduta, nesse caso, a resposta da criança a isso será tentar controlar os outros, seja consciente ou inconscientemente.
Tratamento
Existem muitos tratamentos eficazes para ambos os transtornos, como treinamento de pais, terapia individual e familiar.
É importante que os pais usem algumas estratégias para ajudar no tratamento dos filhos, como enfatizar e reforçar comportamentos positivos; praticar técnicas de relaxamento e respiração quando surgem conflitos; oferecer uma vida doméstica estruturada; reforçar as regras com consistência, além de perceber que nem todo problema vale a pena lutar.
O Transtorno Opositivo Desafiador — TOD — é descrito no DSM, como parte dos Transtornos de Comportamento Disruptivo, cujas características são comportamentos desafiantes, negativistas e desobedientes, principalmente diante figuras de autoridade. Fazem parte desse grupo também o TDAH — Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade — e o Transtorno de Conduta.
É preciso considerar a hipótese de TOD quando os sintomas causam prejuízos significativos na vida do sujeito. Isso porque os comportamentos presentes no transtorno restringem a vida social da pessoa, devido às manifestações constantes de raiva, teimosia, hostilidades e insubordinação.
Toda criança e adolescente pode apresentar comportamentos dessa ordem em alguma fase da vida. Por isso, o diagnóstico de TOD é feito quando os sintomas persistem por mais de seis meses e ocorrem em diversos ambientes. Saiba mais, neste artigo.
Como é feito o diagnóstico de TOD?
Para realizar o diagnóstico de TOD, é necessário descartar a presença de outros transtornos psicóticos, afetivos, transtorno de conduta ou personalidade anti social (maiores de 18 anos).
O diagnóstico é feito através da observação do comportamento e sintomas da criança, por um médico especialista. É importante também avaliar sinais de depressão, ansiedade e perturbação do sono. Isso porque essas condições podem causar sintomas semelhantes aos do TOD, como irritabilidade e desobediência.
O TDAH também apresenta sintomas semelhantes e deve ser avaliado se existe uma comorbidade, visto que é muito comum que os dois transtornos estejam associados.
Para diagnosticar o TOD, é preciso verificar a presença de pelo menos quatro dos seguintes sintomas:
- irritabilidade e acessos de raiva constantes;
- discute com adultos ou figuras de autoridade;
- desafia regras;
- faz coisas deliberadamente para aborrecer a terceiros;
- culpa os outros pelos seus próprios erros;
- se sente ofendido com facilidade;
- tem respostas coléricas quando contrariado;
- é rancoroso e vingativo quando desafiado ou contrariado.
Quais as causas do TOD – Transtorno Opositivo Desafiador?
As causas do TOD não são conhecidas, mas segundo evidências, fatores genéticos e neurofisiológicos podem influenciar o desenvolvimento do transtorno. Assim como um ambiente familiar conturbado e ambíguo, no que se refere a educação dada pelos pais, pode contribuir para o surgimento do TOD.
Quais os principais sintomas do TOD?
Os sintomas do TOD costumam se manifestar na pré-escola, embora possam aparecer mais tarde, na adolescência. Como mencionado, os principais sintomas do transtorno incluem os seguintes comportamentos:
- agressividade;
- irritabilidade;
- desafia regras e instruções;
- discute com adultos frequentemente;
- desobediência;
- agitação;
- incomoda os outros deliberadamente;
- culpa terceiros pelos seus erros;
- pode ser cruel e vingativo.
Como podemos ver, os comportamentos presentes no TOD prejudicam as habilidades sociais das crianças e podem fazê-las sentir-se mal e culpadas. Dessa forma, é muito importante buscar ajuda com médico, psicólogo e psicopedagogo para receber as orientações e tratamento adequados.
Como é o tratamento do TOD?
O tratamento do TOD visa modificar esses comportamentos que causam prejuízos na vida social e acadêmica das crianças e adolescentes. Na maioria das vezes, isso é feito através de técnicas de controle do comportamento e uma abordagem disciplinar com reforço dos comportamento desejados.
Pais e professores podem receber orientações dos profissionais que trabalham com as crianças para que saibam como agir em casa e na escola, a fim de ajudar as crianças a modificar esses comportamentos.
Como distinguir os sinais de TOD do comportamento “desafiador” que as crianças podem apresentar?
O diagnóstico de TOD pode ser difícil, já que a maioria das crianças exibe alguns dos sintomas ocasionalmente (especialmente quando estão cansadas, com fome ou chateadas).
No entanto, uma criança com Transtorno Opositivo Desafiador irá exibir esses sintomas com mais frequência do que outras crianças, demonstrar problemas comportamentais por um período de pelo menos seis meses, ter problemas na escola e para fazer amizades como resultado direto do comportamento, além de ter seu funcionamento geral comprometido por seus comportamentos desafiadores.
Como ajudar a criança a superar esse comportamento?
Para superar o comportamento de oposição, a criança precisa perceber que seu comportamento é impróprio. A terapia com um profissional especializado, ajuda a encontrar o que pode estar causando esses comportamentos indesejados, assim como ensina novos comportamentos mais saudáveis e apropriados.
Uma criança com TOD tem mais risco de desenvolver outros transtornos na vida adulta?
A probabilidade de uma criança com TOD ter maiores dificuldades no final da adolescência e na idade adulta depende dos tratamentos e das circunstâncias ambientais. Geralmente, elas correm maior risco de ter depressão e abuso de substâncias, principalmente quando o TOD na infância for acompanhado por outros transtornos, como TDAH, depressão e dificuldades de aprendizagem.
Em alguns casos, o diagnóstico de TOD pode se agravar até desenvolver um transtorno de conduta, que é um quadro mais grave de transtorno de comportamento. As pessoas com transtorno de conduta tendem a apresentar comportamento de violação da lei; destruição de propriedade e até crueldade com animais e pessoas.
É claro que uma criança com diagnóstico de TOD não irá fatalmente desenvolver o transtorno de conduta. No entanto, é importante acompanhar de perto o comportamento das crianças e buscar um tratamento adequado e eficaz.