Depressão na Gestação

A gravidez pode ser um momento de alegria – e estresse. A depressão (também chamada de transtorno depressivo, depressão maior e depressão clínica) é uma condição médica que causa sentimentos de tristeza e perda de interesse em coisas que você gosta de fazer. A depressão ocorre duas vezes mais em mulheres do que em homens, e atinge o pico durante os anos reprodutivos da mulher. Pode afetar como ela sente, pensa e age e pode interferir em sua vida diária. Precisa de tratamento para melhorar.

“Eu não sabia o que tinha acontecido comigo. Eu estava presa nessa depressão cinzenta onde eu só queria me esconder e puxar as cobertas sobre minha cabeça e chorar.”

– Margaret Trudeau

A depressão perinatal é a depressão que ocorre durante a gravidez ou no primeiro ano após o nascimento do bebê. É uma das complicações médicas mais comuns da gravidez. Afeta até 1 em cada 7 mulheres (cerca de 15%). Inclui a depressão pós-parto (também chamada de DPP), que é a depressão que ocorre após a gravidez.

A depressão pós-parto, apesar de poder acontecer a qualquer momento após o parto, geralmente começa dentro de 1 a 3 semanas após o nascimento do bebê.  São fortes sentimentos de tristeza, ansiedade (preocupação) e cansaço que duram muito tempo após o parto. Esses sentimentos podem tornar difícil para a mulher cuidar de si mesma e de seu bebê.

Ela afeta entre 7% e 15% das mulheres no pós-parto, dependendo do método e local de pesquisa. Para metade das mulheres diagnosticadas com DPP, é a primeira vez que têm depressão. E elas podem ter tido sinais e sintomas de depressão durante a gravidez. A mulher que tem DPP em uma gravidez, é provável que tenha novamente em outra gravidez.

Evidências sugerem que a depressão pós-parto (DPP) pode fazer parte de um continuum, com início da doença durante a gravidez.

POR QUE A DEPRESSÃO DURANTE A GRAVIDEZ MUITAS VEZES NÃO É RECONHECIDA?

Alguns sintomas de depressão, incluindo alterações no sono, nível de energia, apetite e libido, são semelhantes aos sintomas da gravidez. Como resultado, você ou seu médico podem atribuir esses sintomas à sua gravidez, e não à depressão. As mulheres também podem relutar em conversar com seus profissionais de saúde sobre mudanças de humor durante a gravidez, devido ao estigma associado à depressão. Há também uma tendência de se concentrar mais na saúde física da mulher durante a gravidez, em vez da saúde mental.

QUAIS SÃO OS FATORES DE RISCO PARA DEPRESSÃO DURANTE A GRAVIDEZ?

Alguns fatores de risco incluem: ansiedade, estresse, história de depressão, falta de apoio social, gravidez indesejada, violência por parceiro íntimo.

QUAIS SÃO OS SINAIS E SINTOMAS DE DEPRESSÃO DURANTE A GRAVIDEZ?

  • Ansiedade excessiva sobre seu bebê
  • Baixa autoestima, como sentimentos de inadequação sobre a maternidade
  • A incapacidade de sentir prazer em atividades geralmente consideradas agradáveis
  • Resposta ruim à segurança
  • Baixa adesão ao pré-natal
  • Fumar, beber álcool ou usar drogas ilícitas
  • Ganho de peso insuficiente devido a uma dieta diminuída ou inadequada
  • Pensar em morte ou suicídio (suicídio)
  • Mudanças de sentimentos
  • Sentir-se triste, sem esperança ou sobrecarregada
  • Sentir-se inquieta ou mal-humorada
  • Chorar muito
  • Sentir-se inútil ou culpada
  • Mudanças na vida cotidiana
  • Comer mais ou menos do que o habitual
  • Ter problemas para lembrar de coisas, concentrar-se ou tomar decisões
  • Não conseguir dormir ou dormir demais
  • Afastar-se de amigos e familiares
  • Perder o interesse em coisas que normalmente gosta de fazer
  • Mudanças no corpo
  • Carecer de energia e sentir-se cansada o tempo todo
  • Ter dores de cabeça, problemas de estômago ou outras dores persistentes.

QUAIS SÃO OS FATORES DE RISCO ASSOCIADOS AO DESENVOLVIMENTO DE DEPRESSÃO NA GRAVIDEZ?

FATORES BIOLÓGICOS:

  • História de transtornos de humor e ansiedade
  • História de depressão pós-parto
  • História de transtorno disfórico pré-menstrual
  • História familiar de doença psiquiátrica

FATORES PSICOSSOCIAIS:

  • História de abuso na infância
  • Ser muito jovem
  • Gravidez não planejada
  • Ambivalência de sentimentos negativos sobre a gravidez
  • Mãe solteira
  • Muitos filhos
  • Suporte social limitado
  • Violência doméstica ou conflito no matrimônio
  • Baixo nível de escolaridade e desemprego
  • Abuso de drogas
  • Fumar

QUANDO OS EPISÓDIOS DEPRESSIVOS SÃO MAIS FREQUENTES?

Algumas pesquisas sugerem que os episódios depressivos ocorrem com mais frequência durante o primeiro e o terceiro trimestres.

TRATAMENTO

Dependendo da gravidade da depressão, as opções de tratamento podem incluir antidepressivos; psicoterapia (individual ou em grupo); terapia de luz brilhante; e muito raramente, terapia eletroconvulsiva (ECT).

As duas psicoterapias mais utilizadas são a terapia interpessoal (TIP), que se concentra em melhorar as interações sociais e lidar com as transições da vida, e a terapia cognitivo-comportamental (TCC), que visa ajustar os padrões de pensamento autodestrutivos dos pacientes. O uso de TIP durante a gravidez demonstrou melhorar substancialmente o humor após 16 semanas. Infelizmente, há pouca pesquisa sobre a eficácia de outros tratamentos não farmacológicos para a depressão pré-natal.

“Se você tem DPP em uma gravidez, é provável que tenha novamente em outra gravidez.”

Embora a eficácia da TCC para DPP tenha sido demonstrada até o momento não há pesquisas sobre seu uso para depressão durante a gravidez. A eficácia da terapia de grupo para depressão durante a gravidez não foi relatada, embora a terapia de grupo pré-natal tenha se mostrado eficaz na prevenção da DPP.

TRATAMENTO FARMACOLÓGICO

Os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs) e inibidores seletivos de recaptação de serotonina e norepinefrina (IRSNs) são mais comumente usados ​​atualmente. Os antidepressivos mais antigos, como os antidepressivos tricíclicos, não são mais usados ​​rotineiramente como tratamento de primeira linha para a depressão maior.

Os ISRSs incluem Fluoxetina (por exemplo, Prozac), Paroxetina (Paxil), Sertralina (por exemplo, Zoloft), Fluvoxamina (por exemplo, Luvox) e Citalopram (Celexa). A Venlafaxina é um exemplo de antidepressivo ISRS. Bupropiona (por exemplo, Wellbutrin) e Mirtazapina (Remeron) estão entre os mais novos antidepressivos de dupla ação que estamos vendo em mulheres grávidas. Todos os ISRSs, bem como a Venlafaxina (Effexor), atravessam a placenta mas esse achado deve ser interpretado com cautela na prática clínica. Se uma paciente respondeu melhor à Fluoxetina, por exemplo, é recomendado que ela continue tomando Fluoxetina durante toda a gravidez. Como cada mãe e cada bebê metabolizam a medicação de forma diferente, nenhuma afirmação universal sobre a escolha de um determinado medicamento durante a gravidez pode ser feita.

A detecção precoce e o tratamento da depressão pré-natal são vitais. Uma vez confirmado o diagnóstico, os médicos de família precisam incluir os pacientes em uma análise de risco-benefício e delinear cuidadosamente as consequências da depressão não tratada para a mãe e o bebê.

Para depressão leve a moderada, os tratamentos não farmacológicos devem ser oferecidos primeiro, juntamente com o encaminhamento a um psicólogo, se disponível. Para pacientes mais graves, a psicoterapia sozinha pode ser insuficiente e o tratamento adicional com um antidepressivo pode ser necessário.

“Me senti um zumbi. Eu não conseguia acessar minhas emoções. Não conseguia conectar. Foi terrível. A parte mais difícil para mim foi reconhecer o problema. Eu pensei que a depressão pós-parto significava que você estava chorando todos os dias e era incapaz de cuidar de uma criança. Pode ser. Mas há diferentes nuances e profundidades, e é por isso que acho tão importante que as mulheres falem sobre isso. Eu me senti um fracasso.”

– Gwyneth Paltrow

POR QUE O TRATAMENTO PARA DEPRESSÃO DURANTE A GRAVIDEZ É IMPORTANTE?

Se você tem depressão não tratada, pode não procurar atendimento pré-natal ideal, comer os alimentos saudáveis que seu bebê precisa ou ter energia para cuidar de si mesma. Você também está em maior risco de depressão pós-parto e terá dificuldade em se relacionar com seu bebê e os prejuízos causados nessa relação são irreparáveis.

Se você na gestação ou pós gestação sente algum sintoma de Depressão entre em contato que iremos propiciar um tratamento caso a caso visando o bem estar a segurança da droga de escolha e o não comprometimento do seu bebê. Com toda certeza terá uma vida posterior plena e feliz!
Dr. Breno Azevedo

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