Os transtornos primários do sono se subdividem em dissonias (caracterizadas por produzir sonolência diurna excessiva ou dificuldade para iniciar e/ou manter o sono) e em parassonias (caracterizadas pela presença de condutas anormais associadas ao sono, tal como é o caso do sonambulismo e sonilóquia).
Dentro das dissonias se encontra a insônia, cujas características fundamentais são a dificuldade para iniciar ou manter o sono e a sensação de não ter tido um sono reparador durante período não inferior a 1 mês. Sendo considerada crônica, quando ocorre por mais de 6 meses, com sintomas 3 ou mais vezes por semana, acompanhados de problemas durante o dia.
Insônia é uma queixa de sono muito comum, com uma prevalência de cerca de 30-35 % da população, sendo descrita pela Sociedade Brasileira de Sono (2003), como: “dificuldade em iniciar e/ou manter o sono, presença de sono não reparador, ou seja, insuficiente para manter uma boa qualidade de alerta e bem-estar físico e mental durante o dia, com o comprometimento conseqüente do desempenho nas atividades diurnas.”
No ano de 2003 foi publicado o I CONSENSO BRASILEIRO DE INSÔNIA, o qual relacionou a freqüência das conseqüências e co-morbidades da insônia com o seu tempo de duração. Na insônia crônica, de longa duração, observam-se mais sintomas cognitivos e alteração do humor, irritabilidade, redução do desempenho acadêmico e profissional, redução da concentração e da memória. Além do que, a insônia e a fadiga aumentam, o risco de acidentes de trabalho, domésticos e de trânsito.
A insônia pode ser classificada de acordo com o período em que os sintomas se manifestam:
• Inicial: dificuldade em iniciar o sono por um período maior que 30 minutos;
• Intermediária ou de Manutenção: despertar(es) no meio da noite com dificuldade de reiniciar o sono;
• Final: despertar precoce.
A insônia pode também ser classificada de acordo com a sua causa:
• Insônia Primária
• Insônia Secundária Insônia Psicofisiológica
• Nenhuma evidência de outras desordens médicas ou psiquiátricas que poderiam ocasionar um distúrbio no sono;
• Apreensão: medo de ser incapaz de dormir frequentemente leva a ansiedade na qual, quanto mais se luta para dormir, menor
controle se tem sobre si mesmo;
• Tensão somática: supostamente nasce da internalização de conflitos psicológicos.
Insônia Paradoxal
• “Pseudoinsônia” ou ” insônia experimental” ;
• Não é confirmada pelos registros da polissonografia;
• Discrepância entre as medidas subjetivas e objetivas do sono.
Insônia Idiopática
• Incapacidade de obter um sono adequado durante a vida;
• Iniciada na infância;
• Forma mais persistente de insônia;
• Não está ligada a nenhum trauma psicológico infantil ou problemas médicos;
• Provavelmente resulta de uma anormalidade dos mecanismos neurológicos controladores do sistema sono-vigília;
Insônia Secundária:
• Insônia associada a desordens psiquiátricas;
• Insônia associada com condições médicas;
• Insônia associada com a dependência de álcool ou drogas;
• Insônia associada a fatores ambientais;
• Insônia associada a outros distúrbios do sono.